sexta-feira, 29 de abril de 2011

Antonella Akyura - parte 12

E o vento soprava. As folhas balançavam, calmas, de um lado para o outro. Em algum lugar, o barulho da água correndo em um riacho. Tudo estava normal... Mas em um lugar chamado de Vale das Montanhas Sombrias, tudo estava indo mal...
A pequena Antonella Akyura não podia fazer nada, tudo seria destruído, e era sua culpa. Ora, mais uma falha. Ela não salvara Fusuma, não conseguiu vencer Suki da primeira vez em que a enfrentou, nem fora capaz de mapear a trilha... E tirar os amigos dali... E salvar todos... E agora? Tinha um problema sério. O que seria dela se sobrasse apenas coisas queimadas e poeira?...
Quis evitar que seus olhos castanhos ficassem cheios d'água, mas uma gota escorreu... Akyura a enxugou e parou para pensar. Seria muito bom se ela pudesse fazer as coisas, e se não dessem certo, voltar no tempo e refazer...
Encolhida e escondida. sem chamar atenção nem dos pássaros e insetos, Antonella observou o que acontecia. Suki estava atrás do Monte Akuma, as pessoas não a viam. A lava brilhante estava dentro do vulcão, manipulada pela garota de orelhas de gato.
Perdendo o controle sobre sua raiva, Akyura gritou:
- SUKI! - e uma pequenina sombra, distante mas visível, virou-se e colocou as mãos na cintura. Antonella desejou estar lá, mas não adiantou. Então, ela resolveu ir até lá. Correndo. Não era longe, mas Suki parecia há muitos quilômetros dali. Então...? Agora não dava para voltar, Akyura tinha que ir até ela, e se fugisse seria pega, e morreria, viraria torresmo. Nem isso, talvez...
De repente, sem desejar nem nada, a garota se viu ao lado de sua inimiga. Foi surpreendida por um soco, que ela conseguiu segurar.
- Suki... Por favor, você não tem que fazer isso... Não tem... Podemos todos ser amigos aqui... As pessoas, o mundo todo, não podem apenas fazer amigos, e não inimigos...?
- AH!!! O MUNDO?! Paz e amor, eh? Bom, então tá, vamos sair por aí plantando flores e distribuindo chocolates, que tal?! O mundo se preocupa comigo?! Ninguém nunca ligou pra mim. Quando eu era pequena... Não tinha amigos... Mas eu me vinguei, tinha tripa pra todo lado!! O mundo não liga pra mim, estou por minha conta e ninguém se importa!!
- Mas... Suki, ouça, vamos retribuir aquilo que as pessoas que nos amam deram...
- NINGUÉM ME AMOU! Então, como posso retribuir uma ação que não foi feita?! - ela estava vermelha de raiva... Ou de vergonha, por admitir que não sabia como era o amor.
E ela soltou-se de Antonella e arremessou a lava luminosa no cidade. O que sobrara das casas destruídas agora queimava... Um soco lançou a pequena menina no ar.
O tempo em que ela ficou no alto, entre as nuvens, foi curto, mas lhe pareceu a própria eternidade... "Desculpe, pessoal, é o fim... Desculpe, Fusuma, eu podia ter salvo você...", pensou, olhando o azul que parecia infinito.
Por um momento, teve certeza de que era o fim. Mas ela não se deixava abater. Nunca. Então, mergulhou no ar como uma águia e foi aterrissar sobre Suki.
Aos poucos, ela foi se desintegrando, como papel que queimava.
- Não... - murmurou Akyura, assistindo sem poder fazer nada.
Uma barreira invisível ao redor das montanhas tornou-se visível e desapareceu. Tudo no mais completo silêncio.
Todos aplaudiram... Estava acabado.

AINDA... CONTINUA!

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