domingo, 27 de março de 2011

Antonella Akyura - parte 8


Fusuma não melhorava nem um pouco. Aliás, só piorava.
De repente ele começou a torcer o pescoço e a babar. Se contorcia todo.
- Não!!! Por favor, aguente um pouco, por favor, não!!! - ela tentou de tudo. Remexeu o bolso da calça e achou algumas coisas que poderiam ser úteis. Fez nele uma massagem cardíaca usando seu poder de cura, ajudou-o a sentar-se para vomitar uma gosma amarelada com sangue escuro, tentou aliviar a dor dele usando todas as técnicas medicinais que conhecia, deu-lhe água. Achou um frasco de remédios no bolso do agasalho. Felizmente, não estava rachado e o líquido ainda estava todo lá.
- Ugh... 
- Ei, beba esse remédio... 
- Não quero, não quero... - murmurava ele, sem vontade nem forças para nada.
- Abre a boca...! - ela virou o frasco, fez ele engolir o medicamento. E esperou aquele remédio tornar a dor dele menor, mas não surtiu efeito nenhum.
 O corpo do coitado já estava mole, e ele começou a perder os movimentos. Continuava vomitando, escarrando sangue e tremendo. 
Akyura não queria perder seu assistente. Sim, ele pediu a ela para voltar a ajudá-la, mesmo sabendo que não viveria mais do que algumas horas de terrível tortura.
- Aii... Ughh... Ahhhhh... Eu imploro... Faço qualquer coisa... Para essa dor me deixar em paz... Você não consegue imaginar o quanto isso é horrível... Aii...
- É melhor você não se esforçar para falar! - exclamou Antonella, depois de notar que quanto mais ele falava, mais sangue ele era obrigado a cuspir. 
- Fusuma, ainda está com frio...?
- Não... Na verdade... Não sinto mais frio nem calor... 
- Hm... Tudo bem, amigo? - Akyura estava ainda mais preocupada. - Vamos sair daqui, eu te carrego... Você vai ficar mais doente do que já está...
- Não, não precisa... A noite está linda... A lua também... - disse ele. Seu olho direito estava estranho. Mas o pior era o esquerdo...
- Sim.
- Uhhh... AHHH!!! 
- O que?! O que foi?!
- Minhas pernas, estão... Ugh... Não consigo mexer minhas pernas... 
Apesar dos cuidados que Fusuma recebeu, ele, muito fraco, cedeu... E acabou morrendo. 
O que mais comoveu-a foi que, depois de todo o sofrimento, Fusuma morreu com um pequeno sorriso estampado no rosto coberto de sangue. Ele morreu em paz por estar com quem ele amava.
Ela, que não era garota de chorar, derramou tantas lágrimas que acabou com os olhos inchados de tanto chorar. Não queria que ele morresse, não queria mesmo. Mas, se era para ele morrer, que tivesse morrido sem sentir nada, não sofrendo daquele jeito. Suki tinha preparado aquele veneno para matar sem dó nem piedade. Limpou as feridas dele, lavou o sangue e depois o enterrou num lugar escondido entre rochas.
Depois, Antonella Akyura voltou para o Vale das Montanhas Sombrias. Queria se vingar de Suki. Ela havia cometido um grande erro: tirou a vida de uma das pessoas mais queridas por Akyura.


CONTINUA...

2 comentários: